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12 de novembro de 2011

Mimos

Após o furacão pulamos a bordo de um outro maxi chamado Donnybrook, conduzido por Bert Collins, que também tinha uma Harley Davidson (mas não a bordo) e zipamos até Tortola, ao norte, nas Ilhas Virgens. Era abril de 1993.
Paul encontrou um trabalho bacana a bordo de um barco que pertencia a uma grande produtora de whisky, e eu naveguei em direção a indústria cinematográfica. 
O proprietário do meu barco - o Danúbio - tinha uma fábrica de poltronas de cinema e estava prestes a receber cinco visitas que eram grandes clientes, proprietários de uma vasta rede de cinemas dos EUA.
Assim surgiu aquela familia - que eu deveria mimar, como hostess. O pai era um GRANDE senhor, muito generoso, com um belo apetite por toda a boa comida possível e imaginária. Ele veio acompanhado da namorada, uma renomada designer de tecidos. Ela só precisava se sentir inspirada pelo coral e pelos peixes para produzir belas estampas - sem jamais entrar na água, é claro.
E o preocupado casal de filhos também veio. Ambos, a sua vez, enfatizaram a proibição de fornecer qualquer coisa gordurosa ao pai, o que era compreensível. Só que o cara não concordava com esse ponto de vista, e me subornou com elogios quando preparei uma lagosta.
Então eu fiz pra ele - escondido - um pudim de pão cheio de creme.
Ele gostou, como comprovou a minha gorjeta ao final do serviço.
Caramba. Eu não era enfermeira - era barcomoça. O "senhorzinho" era um homem de negócios do entretenimento, estávamos em Tortolla, e a vida é curta demais para não ser vivida.
Não sei se estou certa ou errada. Mas amo ver as pessoas aproveitando a vida. É minha natureza.  

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