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11 de outubro de 2011

Voltando às raízes

E assim seguia o círculo dos ventos, mais uma vez: Rio, Cape Town, Paris, Vinay... porém, por termos a opção da escolha, mudamos o nosso destino: para a Bélgica. Sim, a Bélgica das 365 cervejas artesanais, e dos quadrinhos mais famosos do planeta - mas não para a Bruxelas dos manons e das ruas cheirando a chocolate, ou a idílica Bruges, e sim, para Niewpoort aan Zee. E só há uma coisa a se ver, lá: o Mar do Norte, com barcos, muitos barcos.
O Mar marrom do Norte impõe respeito. A bordo do Alibi, um Jeanneau Melody, junto ao proprietário Jacques Quesnoit, fomos parar na Bretanha. Não é lenda: aquele nevoeiro dá para cortar com uma faca. Por um dia inteiro, não avistamos sequer a proa do veleiro de 10 metros e meio. Como não tínhamos radar, nem GPS, nem olho, contamos com o faro. Mas ele nos traiu. Uma vez tivemos que cambar na euforia, depois de avistarmos ondas na praia, e constatarmos que o capitão havia errado o cálculo do rumo em 180 graus. Em outra, ouvimos uma ENORME buzina, de um navio que nunca apareceu, que parecia vir da porta do além. Ainda bem. Meu coração, ejetado na língua, foi devolvido ao seu lugar só porque engoli seco. 
Paramos na lindíssima Brest, terra de maré de 5 metros, representante da Bretanha da resistência, a terra prometida dos celtas, onde se pode degustar ostras impressionantes.
Por Tutatis e por Belenos. Aquilo era a própria Grande Travessia de Uderzo e Goscinny.

E para terminar o círculo, voltamos a Portugal, a terra pai. Em águas patrícias, pescamos um tubarão que parecia afogado pelo currico. Com muita cautela, removemos os dois anzóis presos a sua boca e o devolvemos ao mar.
Pois é ali que devem permanecer suas criaturas: em sua natureza.

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